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Policiais são investigados por registrar boletins com falsos crimes para facilitar desvios de carga, no PR

Cinco policiais militares são afastados em operação contra desvio de cargas em Londrina Policiais estão sendo investigados pelo Ministério Público do Para...

Policiais são investigados por registrar boletins com falsos crimes para facilitar desvios de carga, no PR
Policiais são investigados por registrar boletins com falsos crimes para facilitar desvios de carga, no PR (Foto: Reprodução)

Cinco policiais militares são afastados em operação contra desvio de cargas em Londrina Policiais estão sendo investigados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por registrar boletins de ocorrências com falsos crimes para facilitar desvios de carga. Os registros noticiavam supostos roubos de cargas, que posteriormente eram desviadas e receptadas por empresários. Nesta sexta-feira (18), durante a terceira fase da Operação Mar Vermelho, cinco policiais militares do Paraná e um da Polícia Civil de São Paulo foram afastados das funções. Um PM paranaense da reserva e outro que já havia sido excluído da corporação por praticar o crime de descaminho, também foram alvos da operação. Também houve o afastamento profissional de um advogado que havia atuado como PM quando os crimes foram cometidos. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maringá no WhatsApp O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, no norte do Paraná, cumpriu 25 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos documentos, mídias e eletrônicos. Além disso, foram cumpridos 18 mandados de medidas cautelares, incluindo a suspensão do exercício da função pública dos policiais, a proibição do uso de fardamento e armamento – da corporação ou particular – e a suspensão de acesso aos sistemas de investigação policial. Os investigados também estão proibidos de sair da cidade onde vivem sem autorização judicial e de manter contato entre si e com testemunhas. Durante a operação, fardas e objetivos policiais dos agentes foram recolhidos e levados e a sede do Gaeco. Os nomes dos policiais não foram divulgados. Eles seguirão afastados até o término da investigação. As ordens judiciais foram cumpridas em Londrina, Cambé, Ibiporã, Arapongas, Guarapuava, Matinhos e Curitiba, além de Mairiporã e São Paulo, e Joinville, Itapoá e Caçador, em Santa Catarina. A ação também contou com o auxílio da Polícia Civil do Estado de São Paulo e da Corregedoria da Polícia Militar de Londrina, que atua em conjunto com o Gaeco desde o início da investigação, em 2021. LEIA TAMBÉM: Repercussão: Casal devolve criança adotada no Paraná e é condenado Investigação: Mulher sai para trabalhar, não volta e é procurada há quatro meses Trânsito: Comerciante morre em carro destruído após batida com caminhão Policiais militares do PR e um policial civil de São Paulo foram alvos da 3ª fase da Operação Mar Vermelho. MP-PR Grupo criminoso era dividido em três núcleos A partir da análise de dados bancários, fiscais e telemáticos, o MP descobriu que o grupo criminoso era dividido em três núcleos: operacional, envolvendo motoristas de caminhão; receptador, com a ação de empresários; e o policial. Veja como o esquema funcionava: Um motorista do grupo carregava a carga e, em seguida, repassava o caminhão para um segundo motorista, que entregava o produto ao receptador; O primeiro motorista fingia ser vítima e ia até uma delegacia ou posto policial, onde policiais militares ou civis integrantes do esquema o aguardavam para registrar o boletim de sobre o falso crime de roubo; O líder do grupo recebia os valores dos receptadores e realizava transferências bancárias para os intermediários do núcleo policial. A investigação apurou os policiais integrantes do esquema recebiam valores aproximados de R$ 5 mil para fazer o serviço. Conforme o comandante do 2º Comando Regional da Polícia Militar, Juarez Saldanha, os policiais atuavam na região de Londrina e os crimes foram praticados entre 2021 e 2022. De acordo com o promotor José Paulo Montesino, o boletim de ocorrência existia, mas era ideologicamente falso, pois o roubo não tinha acontecido. "Havia um primeiro motorista que pegava a carga lícita, em um local adequado e entregava a carga para um segundo motorista, que levava a carga a um receptador que já havia comprado essa carga de maneira ilegal. Durante esse processo, o primeiro motorista lavrava um boletim de ocorrência, como se tivesse sido roubado e o registro era feito justamente por esses policiais que foram alvo da operação. [...] Após essa situação, o receptador efetuava o pagamento pela compra da carga que foi desviada de maneira simulada e havia um outro membro da organização que pegava esse dinheiro e distribuía entre os envolvidos", explicou o promotor. Mandados foram cumpridos no Paraná, São Paulo e Santa Catarina. MP-PR Montesino também explicou que, além dos policiais, várias empresas estão envolvidas do caso, tanto as que entregavam a carga, quanto as que recebiam. O valor das mercadorias desviadas ainda não foi totalmente contabilizado, conforme o promotor. Ele explicou que os investigados vão responder pelo crime de integrar organização criminosa, falsidade ideológica e receptação. O Gaeco vai continuar investigando o caso, a fim de analisar os materiais apreendidos, para, posteriormente, oferecer denúncia contra os suspeitos. Conforme o comandante da PM, os policiais também vão responder em um processo disciplinar na corporação. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná [ Leia mais notícias em g1 Norte e Noroeste.

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